8.25.2008

Sobre a solidão a dois

"Nous faisions l'amour au pair (...) mais nous échangions à peine quelques mots. À quoi bom? Chacun pour soi".

(Jean-Paul Sarte, O ser e o nada - Ensaio de ontologia fenomenológica)

8.20.2008

Olim-piada

(*rindo por dentro com meu título* "Putz como eu sou engraçadinha")

Nunca entendi esse excesso de alarde com relação às Olimpíadas.

Tá certo, eu adoro a Ginástica Artística, e a Rítmica da qual, por sinal, não ouvi nada a respeito nessa Olimpíada. Assim, digamos que quando eu acordo de madrugada sem sono, eu ligue a TV e ache mais interessante assitir luta Greco-romana do que Duro de matar XXVI.

Mas dá uma canseira ouvir a respeito do fulano que além de ganhar o Ouro em corrida com esporas ainda quebrou o recorde absoluto do esporte... Tipo, uma das coisas mais certas das Olimpíadas é que a cada quatro anos, alguém (ns) vai (ão) quebrar o recorde de um monte de coisa.

No big deal.

8.17.2008

Apaputaquipariu

Como eu odeio essa musiquinha em homenagem às Olimpíadas da China que toca a cada vez que se entra ou retorna à página principal do Globo Online.

8.11.2008

A maldita da criatividade

Sou arquiteta, mas podia ter sido pior. Eu poderia ter me decepcionado e mesmo com as aulas de História II, mesmo tendo uma colega super legal (simpática, bonita, inteligente e HUMILDE) eu poderia ter largado tudo. E poderia ter ido cursar Publicidade.

Eu poderia trabalhar numa agência cool. E poderia trabalhar escrevendo coisas legais. Poderia até vender cigarro para criancinhas e nem me importar com isso, afinal, poderia simplesmente me vangloriar do meu gênio criativo e dizer “faço bem o que me mandam” (note que mesmo sendo arquiteta eu vendi cigarro para criancinhas, esse não é o problema, as criancinhas que saibam se cuidar).

Mas eu sou feliz de ter escolhido a penúltima profissão no ranking da criatividade. Eu sou feliz por não ter tido que forçar minhas energias para criar as melhores campanhas, por não acordar no meio da madrugada com o slogan vencedor dos prêmios de publicidade. Basicamente, eu sou feliz por escrever esse texto com prazer e não como obrigação, por não ter tido que industrializar a minha criatividade a ponto de torná-la menos que uma característica pessoal, arquitetos não são piores e nem fracassados e nem os últimos seres do universo por seus projetos burocráticos, mas impecáveis tecnicamente.

Essa é minha teoria sobre a publicidade. E nada a ver com “mal do mundo” ou “suicídio de adolescentes”. E ufa! É bom escrever aqui.

(E agora vou submeter o texto ao cliente)

8.09.2008

Sobre como falar outras línguas

“Um homem só deve falar, com impecável segurança e pureza, a língua da sua terra: - todas as outras as deve falar mal, orgulhosamente mal, com aquele acento chato e falso que denuncia logo o estrangeiro. Na língua verdadeiramente reside a nacionalidade; - e quem for possuindo com crescente perfeição os idiomas da Europa vai gradualmente sofrendo uma desnacionalização. [...]"
(Eça de Queirós, A Correspondência de Fradique Mendes)

Tao bom descobrir que o que vc sempre sentiu e pos em pratica e' tb o que alguem ja teorizou. O fato 'e que ironicamente, estou impossibilitada de falar perfeitamente a minha l'ingua pois estou sem acentos neste teclado.