2.21.2010

Princípios da termodinâmica

Gosto disso. Princípios naturais aplicados ao comportamento. Piadinha, claro.

Zero: Você tem que entrar no jogo
Um: Você não consegue ganhar
Dois: Você não consegue empatar
Três: Você não consegue parar de jogar



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2.10.2010

Síndrome de professorinha

Por que eu vou sempre me sentir frustrada por não ter conseguido ensinar a todos que amei, que para ser feliz, não precisa de tanto dinheiro, de tanta ambição, de tanto status e de tanta inquietação, atrás sabe-se lá de quê?

Talvez porque eu seja boba de achar que isso se aprende na "escola"?

Talvez porque eu seja boba de achar que eu tenha "a minha escola"?

Talvez porque eu seja boba de achar que as pessoas aprendem?

É, talvez eu seja boba.


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2.03.2010

Dos romances policiais e de como eles me cativam

Sempre adorei romances policiais. Por anos, entregava-me ao prazer solitário da leitura das instigantes e cinzentas histórias de detetives. Seus hábitos secos me enervavam: um brandy às 11 da manhã e eu que mal sabia o que brandy era, ficava com água na boca. A maneira como evitavam a violência contra um inimigo truculento me deslumbrava. Mas nada se compara ao maior poder daquele ser imbatível - a sagacidade.

Antes de colecionar títulos de Simenons, adorar Maigrets e aquela Paris tão apetitosa quanto criminosa, eu lembro de ter devorado uma coleção infantil que alugava na biblioteca da escola. Do João Carlos Marinho, lembro que tinha "O gênio do crime", "Berenice detetive", "O caneco de prata"... o resto não me lembro porque fazem pelo menos 15 anos, mas eram policiais para criança.

Sempre me diziam que romance policial era Agatha Christie, e Agatha Christie era romance policial. Durante os Simenons, tentei "O misterioso caso de Styles", primeiro dela e minha primeira tentativa. Não deu. Quem se rende ao charme austero e elegância silenciosa daquele francês sério não cede tão fácil às esquisitices espalhafatosas e meio histéricas do baixinho belga naturalizado inglês por opção. Não dá, muito falível. Tão falível quanto os enredos super elaborados e super inverossímeis da... como é que chamam aquela velhinha fofa...? Rainha do crime!

Sim, porque especular um livro inteiro sobre quem teria assassinado um pobre coisado num trem e no fim descobrir (spoileeeeeeeers) que foram todos os passageiros que o mataram, cada um com uma punhalada - sujeito bem quisto esse - é uma especulação vã. No fim, vc nem tentava mais imaginar o fim de história, ou melhor, até tentava, pq eram fins tão inacreditáveis que era só vc criar umas 3 possibilidades absurdas que já estava participando ativamente da leitura do livro, perfeitamente como um romance policial deve ser lido.

Então peguei o jeito dela. Li muito os Poirots e as miss Marples da vida. Li nervosa e avidamente. Comprava pilhas em sebos, aprendi a ler melhor em inglês e forcei a barra no francês para poder ler títulos que não encontrava em português. Entrei para um grupo de discussão sobre Agatha Christie na internet. Colecionava livros e trocava idéias com pessoas que tinham a mesma esquisitice que eu, essa tara por romances policiais.

Sei lá como foi que parei. Acho que durante a faculdade, a necessidade de ler sobr esgoto e concreto armado inibiu minha fantasia. Não parei de ler, mas já tinha lido praticamente tudo da velhinha evil e não achei uma coleção à altura. Me recusava a ler Poe, deve ser preconceito, mas o pouco que tentei, achei-o sanguinolento demais e meus métodos eram mais... psicológicos. O Sherlock Holmes eu jogava no mesmo pacote. Nem mesmo o sir na frente de Conan Doyle me intrigava o suficiente para que eu experimentasse esse inglês de charuto e chapéu engraçado.

O Rubem Fonseca às vezes funcionava. Tem uns romances policiais bem apetitosos, que não ofuscam as suas outras qualidades. Mas não é o mesmo tipo de romance policial, o Mandrake e outros detetives dele são uma delícia porque são malandros, errados, sujos e fortes, mas um tanto canastrões, como quase todo herói brasileiro.

Um dia caiu nas minhas mãos um Luiz Alfredo Garcia-Rosa. Gostei. Seco e ambientado em Copacabana, Princesinha do mar e minha região afetivo-geográfica. Mas só li esse. Anotar: comprar mais.

Então, tudo isso para dizer que eu me apego aos detetives e investigadores dessas histórias policiais alucinantes. E sou fiel a seus métodos até que algum acidente desvie meu rumo. Hoje a culpa foi do Guy Ritchie que conseguiu tornar o Sherlock muito mais interessante e muito mais meu tipo do que aquele old man, duro e sem graça que eu tanto desprezava. Acho que vem pela frente um mote, um novo tema de leitura. Acho que caí de amores, indeed.


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2.01.2010

Latitude -23° 32' 51'', longitude 46° 38' 10''

(co-autoria do poeta Germânico)


Nessa cidade em que só chove
não se imagina mais viver sem água
faz um calorão até a metade do dia
e depois escurece, cai um mundo
vira Veneza durante uns dias
aí, fica até romântico...

Se vc vier conhecê-la,
levo-te para andar de gôndola.


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