10.30.2009

Pílulas de sabedoria travecóides

"Só existem dois tipos de pessoa: os que vieram aqui porque se perderam e os que já me acharam."

(adaptado da fala de Maria Bakker, portuguesa, self-filósofa reclusa e glamourosa personagem traveca de Morrer como um homem)


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10.25.2009

Sobre âncoras e experiências religiosas

(Warning: this quote may contain too much fantasizing, much more than acceptable)

O Japão sempre foi pra mim a personificação da distância. E a distância tem um quê de libertador.

Explico-me.

Aqui eu sou Eu. Esse Eu que construí nos últimos quase 30 anos. Esse Eu que tem uma família, um círculo de amigos, uma conduta irreparável, ou quase, hehe. E viver aqui é certamente muito bom, faço coisas legais, conheço pessoas e lugares legais... mas estou sempre presa dentro do meu próprio corpo e das experiências que já dizem respeito a essa pessoa que eu já sou.

Imagino andar por Tokyo e ver todas aquelas cenas que vemos em filmes. E conhecer aquelas cidades em que a paz e a religião moram naqueles templos cuja arquitetura nos é tão exótica. E entender como essa gente pôde edificar sua cidade e sua vida baseados em crenças às quais não partilhamos, e conhecer uma gente para quem toda a história do mundo ocidental não determina toda a sua arquitetura e nem mesmo a construção de seu caráter. Gosto de tentar entender a relação dos japoneses com os animais, longe dessa nossa visão ultrapredadora, como eles parecem lidar com eles desse jeito ingênuo. Queria assistir um kabuki e entender qual a graça, porque homem vestido de mulher pra mim só faz sentido numa comédia ou num carnaval...

Tenho a impressão de que no Japão as experiências seriam tão novas e incríveis que diante delas eu decididamente não poderia reagir como a mesma pessoa, e isso faria de mim alguém novo, e me libertaria dos limites do meu corpo. Quase uma experiência religiosa mesmo. É, é isso. É difícil desamarrar a âncora, mas de agora em diante acho que quero experiências religiosas...


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10.24.2009

To be or not to be: algumas questões primordiais da existência humana

Por que é tão difícil ter certeza sobre coisas que parecem tão dignas de certeza, e ao mesmo tempo, temos tanta certeza de coisas que se mostram tão erradas? A vida será mesmo uma coisa complexa movida por cheiros e sorrisos? Terá realmente a vodca a capacidade de alterar a química da vida?


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10.21.2009

Rá. Agora ninguém me segura!


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10.20.2009

Falta de respeito nível micro

Vai, popozuda...

Fulano ouvindo o rádio no celular no metrô, musica baixaria no volume máximo. Ei, eu não sou obrigada a ouvir a sua música em meios públicos! Independente da eventual qualidade ou não do meu gosto musical, ninguém é obrigado a gostar das minhas músicas! Será que o mau gosto proud não notou isso?

Pareço uma velha antiquada quando reclamo da vida e dos costumes. Mas ressoa na minha mente a velha sentença (de morte?) "é por isso que o Brasil não vai pra frente". Dá pra ter esperança quando vc percebe que a falta de educação e respeito começam no nível micro?



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10.18.2009

Sunny


Nada como uma boa praia para desanuviar o pensamento, destravar trabalho encrencado, curar ressaca e trazer a pessoa amada em sete dias. Só o sol salva!


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Eu quero ir embora

Vizinhos tarados, turistas sujos, falta de garagem, sujeira, gente mal educada... nada disso me fez querer sair de Copacabana. Mas hoje, ao chegar em casa, ser atacada por 4 baratas me deixou muito preocupada sobre minha permanência no bairro... Não sei mais o quanto aguento e não sei se vou dormir tranquila...


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10.16.2009

Random feelings

Quando eu nasci, veio um anjo torto me dizer "vá Loana, vá ser gauche na vida...". Brincadeiras à parte, conta a minha mãe que não teve dilatação o suficiente quando eu estava para vir ao mundo e que por conta disso, eu fiquei dando com o côco nas entranhas dela até que resolveram me tirar via cesariana. O susto foi que eu nasci com um galo roxo no meio da cabeleira vermelha (é, nasci ruiva natural, vá lá entender essa biologia). Costumo me perguntar se esse ncidente não determinou a maneira como me relaciono com o mundo.

O fato é que não entendo como, às vezes não entendo nada desse mundo. Não sou afeita a crendices que garantam a boa sorte, me choquei quando soube que devem-se guardar os restos do bolo de casamento no freezer por um ano para ser comido no primeiro aniversário de casamento para garantir a felicidade conjugal. Pensei logo nos noivos vetando a satisfação gorda dos convidados ao perceberem que estes avançavam na sua parcela de alegria eterna. O próprio casamento às vezes me é tão estranho... esses costumes... para mim, a união é obviamente importante, e festas devem ser celebradas sim, para qualquer evento feliz. Mas a festa de casamento, nos moldes das festas de casamento que tanto frequentamos... tem tanto costume bárbaro...

Enfim, mas não é só por isso que fico tentando entender porque eu não pertenço a esse mundo. Eu acabo de aderir ao movimento "the lying down game". E estou muito empolgada para bater a minha foto lying down hoje a noite, na celebração de mais uma noite feliz. Isso sim, pra mim, faz sentido: a celebração da ausência quase absoluta de sentido nessa vida.

Afinal de contas, como acreditar que a vida faz sentido, se, à espera de um milagre, o milagre parece acontecer a 2 metros do meu portão? Não, não estou descrente. Só acho que a vida não faz mesmo sentido, como diria meu amigo Ferfer, São Randão age por nós para que não precisemos dar um sentido absurdo aos nossos atos. Amém.

É por isso que hoje vou tirar minha foto lying down. E ser feliz. E celebrar a insensatez da vida.


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10.15.2009

A arte de fazer as perguntas certas

"...diz a lenda que Buckminster Fuller costumava arrasar concursos e júris com uma pergunta certeira: quanto pesa o seu edifício? Pois não é que Paulo Mendes da Rocha sabe a resposta na ponta da língua ao falar de..." (Arcoweb)

Não seria tão bom saber fazer aquela pergunta desconcertante na hora oportuna? Pois bem, será o tema da minha próxima semana.


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10.14.2009

Chegou o verão

E com ele, a pergunta clássica: "aonde vc vai passar o reveillon?". Tudo sempre igual...


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10.10.2009

Niilismo I

Existe, neste mundo, uma lógica da compensação de lágrimas: quando, aqui, alguém pára de chorar, em algum outro lugar do mundo outra pessoa o começa.


(Beckett, em "Esperando Godot")



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10.08.2009

Toda beleza é meretriz?

"A imagem é a mercadoria atual e é por isso que é inútil esperar dela uma negação da lógica de produção de mercadorias, é por isso, finalmente, que toda beleza é meretriz."

Fredric Jameson



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10.05.2009

Mies estava enganado...

Devil is in the details (cadista mode on)


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10.04.2009

Sobre a paixão

Eu andava meio fria, meio congelada. Fazia tempos que não vivia uma emoção destas. Rolou a tarde inteira, eu mal queria sair de casa, mais propriamente da cama.

Deixei de atender telefonemas e dei desculpas esfarrapadas pra as ligações que tentaram me tirar de minha atividade. Era paixão, na certa.

À noite achei por bem parar um pouquinho. Mas estava evidente que fazia tempos que não sentia algo assim. Saí mas voltei correndo para casa. Não consegui me separar do objeto da minha paixão com facilidade - viciei.

Afinal, não é todo dia que vc se apega assim a alguma história, dessas que vc gruda, não quer perder um segundo sem ler, vira amiga de infância do personagem principal e até chora de emoção quando o livro acaba.


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10.03.2009

Eu dou pra cachorro - Heloisa Faissol, a Helo Quebra-Mansão

Ai ai ai ai ai
Para não, tá bom demais!
Ai ai ai ai ai
Vem com tudo, eu quero mais

Tô fervendo, tô no ponto, eu dou no primeiro encontro
Se você for tarado, vem que eu gosto do babado
Vem com tudo nesse clima, ou me come ou sai de cima
Vem por trás, meu cachorrinho, também gosto do bichinho

Se você não me acalmar, baby, a fila vai andar
Não nasci pra ser noviça, então vê se não me atiça
Mostre que tu é meu macho e sossega esse meu facho
Tô ficando molhadinha, quero ser sua bonequinha

Beija logo minha boca e arranca a minha roupa
Com dedinho e a linguinha
Vem, me deixa maluquinha
Depois faço minha parte que eu sei fazer com arte
Te aqueço, enlouqueço, só pra ter o que eu mereço

Tô carente, tô na seca, satisfaz a tua preta
Vê se agarra a minha bundinha, me chama de danadinha
Assim vou pro paraíso, vou gemendo num sorriso
E num êxtase total vamos juntos ao final


Nem sei se consigo tecer um comentário crítico, ou melhor, não sei se algo nessa letra ainda não fala por si só. Mas se restar alguma dúvida, basta ouvir o clipe do pseudo-funk no Youtube. Desde a interpretação até a harmonia musical, é algo assustadoramente tétrico.


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