10.24.2015

Coringa


Achei ao correr na praia. Guardei. Não sou a favor de sujar canastras, mas já tendo uma limpa, é bom pra bater.


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10.18.2015

Quem é o louco aqui?

Highlight do meu fim de semana chuvoso: conheci uma pessoa que trabalhou como acqualoka na Ásia, na década de 90. Uma das melhores partes da conversa foi o relato de quando ela se recusou a pular, pois o filtro do tanque estava quebrado e os acrobatas estavam adoecendo com o diesel velho.

"Diesel?"

"Sim, o diesel, que acumulava por causa dos saltos pegando fogo"

"Aaaahh tá..."


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10.17.2015

Tenho que lembrar

Tenho que lembrar que a Aliane, a nova namorada do meu primeiro namorado wannabe (eu wannabe ter sido namorada dele, pra ser exata), numa conversa muito delicada na qual eu entregava o bastão do namorado que nunca de fato foi meu, notou a decoração do meu fichário.

Nos anos 90 era moda decorar a capa do fichário com recortes de revistas e de qualquer outra coisa que vc fosse capaz de colar na capa de um fichário, segundo a revista Querida. Querida foi a revista que substituiu a Capricho, aquela onde a Ana Paula Arósio contava detalhes sobre sua vida pessoal de adolescente e artista.

As Queridas e Caprichos de vez em quando eram recortadas para capas de fichário, mas não era essa a questão, e sim que eu resolvi emular a moda que nem sabia que existia, mas que a revista da moda me falava que sim. Tinha um fichário todo decorado com embalagem do meu biscoito preferido no momento, mensagem da sorte do bombom importado que eu gostava, texto da minha avó que considerava lindo, frase de filme que eu achava inteligente, fotos de bichinhos, desenhos, e tudo aquilo que uma adolescente podia gostar na segunda metade dos anos 90, menos garotos.

Eu sempre fui tímida para expor diante do mundo que me interessava por garotos, por homens, pelo que quer que fosse. Eu sempre preferi as coisas, como se as coisas dissessem menos.

Então a Aliane olhou pro meu fichário todo colorido e decorado e se interessou. Não me lembro mais o que ela falou, se ela falou... nem me lembro se a Aliane, que era uns dois ou três anos mais nova que eu, só falou por não ter nada melhor a dizer numa situação que, a me ver estava bem awkwards, mas ela deve ter dito algo como "seu fichário tem um monte de coisas". Pro que eu respondi:

- Sim, eu gosto de coisas.

Imediatamente, ela respondeu:

- Eu não desgosto de coisas, mas eu prefiro as pessoas.

E eu sorri, como quem reafirma:

- Eu gosto das coisas.

(Em tempo, como mulheres aos 13 ou 15 anos podem ser tão auto-conscientes, não?! Anos depois, a Aliane foi estudar psicologia, eu fui construir abrigos e arquitetar sonhos)

Tenho que lembrar que eu gosto de coisas.


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