9.28.2007

Amor sem fronteiras

Foi isto que vivi, ou melhor, vi, hoje.

Estava na rua, em plena Figueiredo Magalhães aguardando o rapaz terminar a vistoria para renovação de seguro do meu Corsa 1.0 ano 99 todo empoeirado quando um mendigo sorridente se aproxima.

Me esquivo. Nova tentativa, desta vez, finjo não ver, mas ele tenta me tocar com sua mãozinha encracada e suja. Me esquivo novamente. Ele vem atrás. Começo a apressar o passo na direção da oficina, lá estarei segura, mas ele vem atrás. Pára na porta. Comunica-se comigo naquela linguagem peculiar, própria aos mendigos. Eu obviamente não compreendo, mas espero que desista. Ele vai atrás de um casal, outros clientes da loja e faz a famosa concha com a mão. Ufa, ele qer dinheiro! Volto para a porta da loja em direção ao meu carro decidida a dizer "não dá, moço, esse mês tá difícil".

Colou. Ele foi embora.

Dou a partida e ele volta. Tento relembrá-lo de que não tenho nada, mas ele começa a beijar apaixonadamente o vidro do meu carro.

Gente, era só amor! Um amor sem fronteiras sociais, e nem higiênicas.

Um comentário:

Thalita disse...

caraca, meu reino pra ter visto essa cena.
comigo foi menos traumatizante: encostei o carro prum amigo entrar e em vez dele se aproxima um senhor quase mendigo [se não era mendigo, tinha talento] e abre a porta dizendo 'e aí, podemos entrar?' como assim 'podemos'? hhahaha
q loucura!!!