3.19.2010

Metáfora do pijaminha e demais testes de laboratório

Esqueceu o pijaminha na casa dele e ele retornou. Isso deflagrou um rompante violento de incredulidade. Interpretou como se, dado o recado, a resposta fosse um não. Na verdade, a angústia girava em torno do compromisso e da entrega do outro, acreditava que ele demonstrasse manter distância, ao menos era o que ela sentia.

Tentou a coisa do pijama uma, duas vezes, sempre obtendo a mesma reação. Somou aos resultados de outros testes de comportamento. Colocou-o numa gaiola, aplicou questionários não declarados, observava atenta enquanto o ratinho de laboratório girava a roda, contava os segundos que ele levava até descobrir o queijo, a quantidade de vezes que bebia água e fazia suas necessidades. Observou, anotou, examinou, avaliou... Concluiu por encerrar os testes e o namoro.

Se se arrepende? Desde que abriu a porta da gaiola, o ratinho segue a mesma rotina, gira a roda, demora a buscar o queijo, bebe água e defeca, sem nem atentar para a porta aberta, muito menos para a presença dela. Não, não se arrepende, mas admite que às vezes sente falta do tempo em que acreditou que os testes teriam um resultado mais positivo.


.

2 comentários:

Carina disse...

entre homens e ratos, eu ainda prefiro os ratos, eles são mais inteligentes.

Lo disse...

hahahahaha

E alguns ainda são fofos...