Um viva pro vínculo

Graças ao processo de desaceleração ao qual fui submetida desde o ano passado, na minha vida é possível acontecer tardes como a de hoje. Graças aos (re)encontros que acontecem com qualquer um, na minha vida foi possível acontecer tardes como a de hoje na companhia de pessoas como as que estavam comigo hoje.
Depois de quase dez anos sem nos ver, Deus achou por bem que estava na hora dos nossos caminhos se cruzarem de novo, e hoje foi dia disso; dia de sentar e passar a tarde sabendo, contando, ouvindo, perguntando e respondendo sobre as coisas que nos aconteceram nesses anos todos.
Não importa aqui nossas desventuras amorosas, decepções, conquistas, fracassos, vitórias. Não importa se nos mudamos, nos casamos ou nos separamos. Se partimos ou se voltamos. Depois de quase dez anos, o que realmente importa é o vínculo. O que inclusive foi o assunto da tarde.
Porque sentar com duas pessoas que passaram a última década completamente alheias ao que acontecia na sua vida, e contar a elas tim-tim por tim-tim tudo o que de relevante aconteceu nesse tempão, e da mesma forma, ouvir os 'tim-tins' por 'tim-tins' delas só se explica por causa do vínculo.
Alguém uma hora disse que é como a tal coisa da vela e do cometa. E por mais que eu não curta muito essas comparaçõezinhas, ela foi lembrada de maneira muito feliz. Porque têm pessoas que vêm como um cometa, entram intensas nas nossas vidas mas em algum momento elas vão embora, fica apenas seu rastro e um dia nem isso mais. Têm outras que são como a chama de uma vela, às vezes brilham intensas, às vezes dão uma enfraquecida, mas estão sempre ali. Hoje nós concordamos que é mais ou menos o que se passa com o vínculo. Se ele, de fato, existe, não há tempo ou distância que o faça esmorecer.
Sou grata porque hoje foi um dia de reforçar os vínculos, de passar uma tarde ótima [apesar da chuva] com pessoas ótimas, e tudo isso graças a ele. Um viva pro vínculo! Ele faz toda a diferença!